quinta-feira, 11 de junho de 2009

Vendo vózes


Descrição da editora


Oliver Sacks não se limita a divulgar resultados da ciência para o grande público. O sucesso de seus livros deve-se em grande parte ao enfoque surpreendente que ele consegue dar à sua especialidade, a neurologia. O que ele busca não é apenas descrever enfermidades raras ou estranhas, mas, acima de tudo, extrair ensinamentos que iluminem aquilo que há de mais comum, de mais cotidiano na vida de todos nós. É exatamente isso que surpreende o leitor de Vendo vozes, livro originalmente publicado nos Estados Unidos em 1989. Ao contar a história dos surdos, o que Sacks está se perguntando o tempo todo é se a educação dada a eles deve visar sua integração na sociedade ou privilegiar a formação de uma identidade própria ? uma pergunta que poderíamos fazer, quase nos mesmos termos, a respeito de toda e qualquer minoria socialmente discriminada. A mesma pergunta é retomada, de um outro ângulo, quando o autor descreve o movimento grevista que culminou com a deposição de uma reitora da Universidade Gallaudet, especializada em surdos. Quando fala da linguagem de sinais, Sacks consegue mostrar a centralidade que a linguagem tem em nossas vidas e todo o mistério que existe em sua eclosão súbita numa criança, seja ela surda ou não. Usando a mesma perspectiva que fez o sucesso de seus outros livros, Oliver Sacks olha para o surdo como um bom antropólogo olharia para um povo indígena. Não se trata simplesmente de fazer com que o estranho se torne familiar. Acima de tudo, seus livros nos fazem perceber como podem ser absolutamente espantosos alguns fenômenos que, de tão comuns, correríamos o risco de nem chegar a perceber.

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